sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Almoço frio

Sorria. O mundo está chegando e você pensa que é só esperar. Você é um objeto, e se gostarem desse objeto, aí poderá esse objeto fazer o seu show de maravilhas encantadoras, o qual é adorado por pessoas possuidoras de olhos seletivos, que podem não saber que você é um assassino frio e feliz, por serem leigas e tolas o bastante para fazê-lo pensar que tudo o que foi até agora valeu alguma coisa para alguém. Seu coração não agüenta a falta de atração que inspiram em você, mas o objeto é o que existe para alegrar o Circo, de palhaços.O objeto é feio, ele não gosta de rejeição, é um vidro feito de açúcar, a dor entra como se fosse uma lança de Leo, e nem o escudo deste, o qual é o mais forte, seguraria o impacto que sofre o seu pânico. O objeto é inconfiável, muito sensível, nunca sincero mas fala como se fosse a última vez que pudesse falar em sua vida sem graça ou, talvez, tivesse momentos que valham ser lembrados. As pessoas se distanciam por serem tão sabidas de suas próprias vidas, que o objeto não lhes acrescenta em nada. Cospem em sua cara, é um objeto e eles precisam de algo para satisfazerem seu orgulho ou estilhaçar o estresse do dia-a-dia por não terem um boneco de palha em suas casas ingratas.Para qual motivo poderiam eles respeitá-lo? Como um ser humano cansado, com pernas tensas, dores de coluna, alegria, força, sem neurônios, pronto para desistir da vida que o chutou como uma masssa apodrecida de carne humana surrada que vaza sangue pelas dobras do corpo pesado, seca e dói como as fraturas sofridas nesse percurso doloroso em que cada ser humano impõe ao seu semelhante.Acabou...É hora de encontrar um balde e um pano molhado para limpar a sujeira que surgiu de uma luta de territórios onde não há absolutamente nada, nem os próprios territórios.Você então vê que na verdade não há nada de errado com sua alma, e sim com a lona protetora anti verdade com o qual cobriram o Objeto, feito pelo palhaços como Você, altamente pelado no meio de uma areia movediça onde as infecções comem seus dedos como bocas de urso as fazem, além de terem espaço suficiente para mais, a areia te esmaga como um pneu de carro, e seus dentes mal escovados provam que as maçãs mordidas o quão bem lhe fizeram. Os palhaços, então, mostram suas verdadeiras faces: não agüentam viver uns com os outros, como não conseguem viver uns sem os outros. Você pode estar inativo, vegetativo, e eles acham que você não vê a vida como olham. Mas os palhaços, eles próprios, não vêem, mesmo.

Nenhum comentário: